E-commerce segue em crescimento no país mesmo diante de crise econômica
Apesar de a crise no Brasil já afetar diversos setores do mercado, reduzir a expectativa do próximo PIB (Produto Interno Bruto) e levar à alta do dólar, o setor de comércio eletrônico está blindado por enquanto. Segundo Stelleo Tolda, cofundador do site de compras Mercado Livre, o e-commerce rendeu R$ 40 bilhões em 2014 e ainda registra um crescimento anual médio de 20%. O dado foi apresentado na abertura da segunda edição do Congresso Brasileiro de Internet promovido pela Abranet (Associação Brasileira de Internet).
"Não existe mágica, mas uma mudança de comportamento das pessoas em direção ao digital. O e-commerce não veio para destruir o varejo. Pelo contrário, as empresas identificaram o potencial de usar o canal da internet para vender e vêm fazendo isso de forma brilhante", explicou Tolda.
O movimento agora é olhar para o próximo passo do e-commerce, o comércio via celular e outros dispositivos móveis. O presidente da Abranet, Eduardo Parajo, afirmou que mais de 100 milhões de brasileiros já usam a web via smartphones e afins-- 53% da população do país.
"O mobile hoje é uma realidade e a questão do cloud computing (armazenamento e gerenciamento de dados em nuvem) viabiliza muitos modelos de negócios que até então eram inviáveis", complementou o diretor-executivo de Atendimento Corporativo do UOL, Gil Torquato.
Segurança digital
O primeiro debate também fez um retrospecto dos 20 anos da internet brasileira, os participantes do evento defenderam que alguns dos maiores desafios para as próximas décadas são o reforço da segurança em diversos níveis, a regulação da internet e a ampliação da estrutura para receber mais usuários e melhores conexões.
O tema da segurança ainda é controverso, como visto no debate. "Precisamos de mais segurança jurídica e menos tributação e regulação. Já temos o Marco Civil, que trouxe uma base sólida para criar parâmetros para uma lei mínima, mas vemos várias iniciativas tentando mudá-lo", ponderou Parajo.